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Apostas no Futebol Feminino – Insights sobre o principal esporte brasileiro praticado por mulheres 

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Ao redor do mundo, é notório que os esportes no Brasil (e o futebol em particular) são acompanhados por todo o país, impactando a rotina diária das pessoas. Recentemente, e por meio de um aumento nos investimentos, o Brasil também demonstrou o seu compromisso em superar a desigualdade de gênero nos esportes. Com uma base crescente de fãs e oportunidades à vista, o país está pronto para se tornar uma força global para a participação feminina. 

Sediar a próxima Copa do Mundo de Futebol Feminino 2027 é apenas a ponta do iceberg para o Brasil. Muitas das mudanças gerais foram delineadas nos incentivos fornecidos pela Legislação Esportiva Geral de 2006. Avançamos para 2023, quando o Decreto nº 11.458 implementou medidas específicas para apoiar as atletas brasileiras, conforme descrito na Estratégia Nacional para o Futebol Feminino. Nesse mesmo ano, a Lei nº 14.597 oferece garantias formais de oportunidades iguais para as mulheres em todas as profissões esportivas, inclusive em cargos de liderança.

Indiscutivelmente, o interesse particular no futebol feminino está associado à paixão tradicional do país pelo esporte. Uma pesquisa realizada em 2022 mostrou que 65% da população brasileira prefere o futebol a outros esportes. Da mesma forma, em 2023, 63% dos brasileiros se interessavam por futebol feminino, com o maior nível de entusiasmo – 76% – entre os jovens de 16 a 24 anos.

Para ilustrar esse aumento de popularidade, a final do Campeonato Brasileiro entre Corinthians e São Paulo em 2024 estabeleceu um novo recorde para o futebol feminino no Brasil: 44.163 torcedores assistiram à partida. Para melhor ilustrar a façanha, na divisão masculina, o Flamengo teve a maior média de público, com 51.084 espectadores por jogo. O Corinthians ficou em segundo lugar, com uma média de 43.605 torcedores por partida, enquanto o São Paulo ficou em terceiro, com 39.903.

Nesse contexto, o presente estudo se concentra nas especificidades do futebol feminino no Brasil para avaliar como esse interesse crescente pode se traduzir em preferências de apostas esportivas on-line.

Principais conclusões

  • As transferências internacionais de jogadoras brasileiras em 2024 aumentaram em 20,8%.
  • O Brasil teve uma participação de 15,98% nas transferências internacionais de futebol feminino em 2024, a segunda maior do mundo depois dos EUA – 32,47%.
  • De US$6,1 milhões em 2023 para US$15,6 milhões em 2024 – o aumento nos gastos com transferências internacionais de jogadoras brasileiras é de 154,8%.
  • Nas modalidades praticadas por mulheres, o futebol feminino é o esporte mais pesquisado no Google entre as categorias de apostas esportivas, com uma média de 4.100 pesquisas mensais nos últimos 5 anos. Contudo, os picos de busca tanto por modalidades femininas quanto masculinas estão relacionados a eventos importantes.
  • O Brasil participou de todas as 9 edições da Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino até o momento.
  • Nos Jogos Olímpicos, o Brasil chegou a 37,5% das finais em todas as 8 edições. O Brasil também é um dos 6 países entre 12 que participaram de mais de uma final olímpica, juntamente com os EUA (75%), Suécia (37,5%), Alemanha (25%), Noruega (25%) e Japão (25%).
  • Na América do Sul, o Brasil conquistou 88,89% dos títulos da Copa América Feminina e 80% das medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos. Até o momento, é o único país vencedor da Copa Ouro.

Metodologia

Além de relatórios estatísticos secundários, analisamos as descobertas de uma pesquisa original da ENV Media sobre as preferências dos apostadores esportivos brasileiros e, em particular, das mulheres fãs de apostas on-line. Para entender o interesse e as preferências do público em relação às modalidades femininas de esportes ao longo do tempo, usamos o Google Trends para acompanhar a atividade de buscas e o Mangools para avaliar os volumes de buscas.

Futebol feminino no Brasil: da proibição aos holofotes

A grande maioria dos apostadores esportivos brasileiros 94% – tende a apostar principalmente em jogos de futebol, uma preferência compartilhada pelo segmento das apostadoras, de acordo com uma pesquisa recente da ENV Media.

preferências esportivas das apostadoras brasileiras

Fonte: ENV Media

Não é surpreendente, portanto, que em 2024 o futebol tenha sido responsável por 90,48% do volume total de apostas esportivas.

No Brasil, jogos específicos de futebol masculino costumam ocupar o topo das principais tendências de buscas no Google. Da mesma forma, nos últimos 12 meses, o interesse por futebol (azul) é significativamente maior do que por basquete (vermelho), tênis (amarelo), MMA (roxo) e vôlei (verde).

principais tendências de busca esportes masculinos

Fonte: Google Trends

Além disso, no mesmo período, o futebol feminino (azul, abaixo) também é notavelmente mais pesquisado no Google do que basquete feminino (vermelho), tênis feminino (amarelo), MMA feminino (roxo) e vôlei feminino (verde).

principais tendências de busca esportes masculinos

Fonte: Google Trends

Ao se observar o interesse específico nas divisões femininas das categorias favoritas dos apostadores esportivos, proporcionalmente há menor demanda de buscas. No entanto, os padrões de atividade são semelhantes.

Para ambos os gêneros, apesar do interesse público consistente, os picos sugerem uma relação direta com os principais jogos e eventos sazonais. Assim, não é nenhuma surpresa que os volumes de busca para futebol feminino atingissem um pico drástico de 4 a 10 de agosto de 2024, quando a seleção brasileira de futebol feminino se classificou para as finais das Olimpíadas de Paris.

Em 6 de agosto, o Brasil derrotou a Espanha e conquistou uma vaga na final contra os Estados Unidos. Na final realizada em 10 de agosto, os EUA venceram e o Brasil ficou com a medalha de prata, mas consolidou a sua reputação competitiva.

O gráfico de volume de buscas para a palavra-chave futebol feminino no Brasil de outubro de 2020 até o início de 2025 confirma a relação entre o aumento do interesse e eventos especiais, como campeonatos. 

volume de pesquisas para futebol feminino

Fonte: Mangools

Portanto, é possível inferir que o pico de interesse que detectamos no início de 2025 está relacionado ao anúncio, em 17 de janeiro, do retorno da Copa do Brasil de Futebol Feminino, depois de ter sido suspensa em 2016 pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A profissionalização do futebol feminino no Brasil 

O Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, a principal liga do país, só foi criado pela CBF em 2013. Com o objetivo de incentivar a competição nacional, ele se divide em três séries diferentes: A1, A2 e A3.

Um dos principais clubes que aumentaram a visibilidade do campeonato foi o Corinthians, que conquistou 6 títulos – 5 deles consecutivos, incluindo o de 2024.

Embora ainda existam desafios em termos de patrocínio, cobertura constante da mídia e financiamento, a liga se tornou fundamental para a profissionalização do futebol feminino brasileiro.

A disparidade de gênero no futebol brasileiro profissional 

Naturalmente, a disparidade de gênero no futebol brasileiro é explicada pela histórica desigualdade de gênero no país, que levou à proibição da participação das mulheres em 1941.

Em consonância com os preconceitos da sociedade brasileira da época, o presidente Getúlio Vargas declarou que o esporte era “incompatível com a natureza feminina”, assinando o Decreto nº 3.199, de 14 de abril de 1941, que proibia as mulheres de jogar futebol.

De acordo com a Agência Senado, todas as tentativas de realizar jogos femininos durante a proibição foram canceladas a mando do Conselho Nacional de Desportos – CND – ou interrompidas pela polícia.

Como resultado, as mulheres brasileiras foram desestimuladas a aprimorar suas habilidades até 1979, quando o decreto de Getúlio expirou. No entanto, o futebol feminino só foi regulamentado em 1983, próximo ao fim da ditadura militar. Nessa época, a seleção brasileira masculina já havia conquistado 3 Copas do Mundo da FIFA, em 1958, 1962 e 1970

Para esclarecer melhor essa comparação com o futebol masculino, a linha do tempo abaixo destaca as lutas e conquistas na história do futebol feminino brasileiro:

linha do tempo futebol feminino no Brasil
linha do tempo futebol feminino no Brasil

Legenda: Da proibição aos pódios – a ascensão do futebol feminino brasileiro

O Brasil não foi o único país a proibir as mulheres de jogar futebol. Em 1921, a Federação Inglesa de Futebol (FA) proibiu os jogos femininos em seus gramados, alegando “preocupações com a saúde das mulheres” – uma desculpa que Getúlio Vargas também usaria. A Inglaterra revogou a proibição, mas somente 50 anos depois, em 1971.

A Alemanha proibiu o jogo feminino em 1955 e suspendeu a proibição em 1970, seguida pela Suécia no mesmo ano e pela Noruega em 1976.

Apesar de nunca haver proibido o futebol feminino, os Estados Unidos só passaram de fato a investir em profissionalização em 1972, depois da aprovação no país da Title IX, uma lei federal contra a discriminação de gênero em programas educacionais financiados pelo Estado, que incluíam os esportes.

Como consequência do incentivo e do investimento, os EUA ganhariam a Copa do Mundo da FIFA de Futebol Feminino em 1991, 1999, 2015 e 2019, além do ouro olímpico em 1996, 2004, 2008, 2012 e 2024. 

A seleção brasileira de futebol feminino 

Historicamente, o Brasil tem sido um dos principais países a competir no mais alto nível do futebol feminino:

  • Copa do Mundo da FIFA de Futebol Feminino: Das 9 edições, o Brasil foi vice-campeão em 2007 e chegou à semifinal em 1999. Além disso, o país nunca deixou de se classificar para uma Copa do Mundo da FIFA de Futebol Feminino desde a sua primeira edição em 1991.
  • Olimpíadas: O Brasil ganhou 3 medalhas de prata (2004, 2008 e 2024) e chegou a 37,5% das finais em todas as 8 edições. Juntamente com os Estados Unidos (75%), Suécia (37,5%), Alemanha (25%), Noruega (25%) e Japão (25%), o Brasil é um dos 6 países entre 12 que se apresentaram em mais de uma final olímpica.

Em dezembro de 2024, a seleção brasileira feminina alcançou o sétimo lugar no ranking mundial da FIFA, subindo 4 posições em relação ao ano anterior. Além disso, a seleção alcançou o domínio absoluto na América do Sul: 

Competição TítuloAnoMelhor colocação em %
Copa América FemeninaCampeão1991, 1995, 1998, 2003, 2010, 2014, 2018 e 202288.89%.
Jogos Pan-AmericanosMedalha de Ouro2003, 2007, 2015 e 201980%
Copa OuroCampeão2024100%

Em dezembro de 2024, a brasileira Marta Vieira da Silva também foi a primeira vencedora do Prêmio Marta, criado pela FIFA em sua homenagem. O prêmio agora é concedido pela entidade para o gol mais bonito marcado no futebol feminino ao longo do ano. 

Assim, apesar de não ter vencido nem a Copa do Mundo nem as Olimpíadas, a Seleção Brasileira de Futebol Feminino consolidou claramente a sua posição no topo do cenário mundial.

Além disso, esses avanços marcam um passo importante na redução da desigualdade de gênero nos esportes no Brasil. Ao longo dos anos, as mulheres sempre sofreram assédio nos estádios até que a sua presença crescesse de forma consistente, como lembrou a comentarista esportiva Luana Maluf em uma entrevista recente.

Transferências internacionais

As transferências internacionais são outro indicador importante da reputação global em qualquer esporte. Em 2024, os países com as maiores taxas de jogadoras contratadas por clubes de futebol estrangeiros foram os Estados Unidos e o Brasil.

De acordo com a Federação Internacional de Futebol (FIFA), dentre o 131 países membros – considerando apenas as 5 principais nações onde o futebol feminino é um esporte profissional – os Estados Unidos, atuais campeões olímpicos, tiveram o maior número de transferências internacionais de jogadoras de futebol 32,47% – seguidos pelo Brasil, com 15,98%.

Das 176 diferentes nacionalidades representadas entre os jogadores de futebol do sexo masculino que assinaram contratos internacionais, os brasileiros foram, de longe, o maior grupo, com 35,33%. As mais de 10.900 transferências internacionais – um recorde histórico – correspondem a gastos superiores a US$6,4 bilhões

Por sua vez, as brasileiras alcançaram um total de 2.284 transferências internacionais. Em uma nota positiva, isso marca um aumento de 20,8% em relação às 1.890 transferências em 2023. Além disso, os gastos com taxas de transferências internacionais atingiram US$15,6 milhões, um aumento notável (154,8%) em relação aos US$6,1 milhões gastos no ano anterior.

A torcida global do futebol feminino 

O futebol feminino é cada vez mais apreciado em todo o planeta e a Copa do Mundo de Futebol Feminino da FIFA 2023 estabeleceu um novo recorde de público como prova dessa popularidade. 

Cerca de 2 milhões de espectadores assistiram às 64 partidas, superando em 48,15% os 1,35 milhão que compareceram à Copa do Mundo de 2015 no Canadá. Em comparação com o torneio inaugural na China em 1991, que atraiu um total de 500.000 espectadores, o recorde de 2023 representa um aumento de 300% no público presente.

Para avaliar a popularidade individual de atletas no mundo, comparamos as participações das 10 principais jogadoras internacionais em termos de seguidores no Instagram.

JogadoraFiliação Participação dos seguidores no Top 10
Alisha Lehmann Atacante da Juventus e da seleção suíça42.00%
Alex Atacante do San Diego Wave FC e da seleção dos EUA.24.65%
Alexia Capitã e meia do FC Barcelona Femení e da seleção espanhola.8.30%
Marta Vieira da Atacante do Orlando Pride da NWSL e da seleção brasileira.7.04%
Sam KerrAtacante do Chelsea FC Women e da seleção australiana.4.28%
Jordyn Huitema Atacante do OL Reign da NWSL e da seleção canadense.3.52%
Asisat Oshoala Atacante do Bay FC e da seleção nigeriana.3.02%
Lieke Martens Atacante do Paris Saint-Germain Féminine e da seleção holandesa.2.76%
Sakina Karchaoui Lateral esquerdo do Paris Saint-Germain Féminin e da seleção francesa.2.43%
Ada HegerbergAtacante do Olympique Lyonnais Féminin e da seleção norueguesa.2.00%

Em comparação com o ranking da Copa do Mundo de Futebol Feminino da FIFA 2023, a atacante brasileira Marta permanece em quarto lugar, com 7,04%, assim como a suíça Alisha Lehmann, que ainda ocupa a primeira posição, com incríveis 42,00%

A diferença mais notável é que a nigeriana Asisat Oshoala subiu da oitava para a sétima posição, com 3,02%, deixando a holandesa Lieke Martens para trás – 2,76%.

No geral, a maioria dos atletas não apenas manteve, mas também viu o seu número de seguidores no Instagram aumentar desde 2023, como foi o caso da Seleção Brasileira.

As maiores artilheiras brasileiras

Como na modalidade masculina, a FIFA também premia as atletas que mais se destacam. Com base no desempenho ao longo do ano, o prêmio The Best FIFA é concedido à melhor jogadora. A única brasileira que recebeu esse prêmio até hoje foi a atacante Marta, em 2007.

Por sua vez, a melhor artilheira é premiada com a Chuteira de Ouro. Quanto à proporção de gols entre todas as vencedoras do prêmio, representando o Brasil, Marta e Sissi dividem a segunda posição com 11,48%, ao lado da alemã Birgit Prinz e da chinesa Sun Wen. Com 16,39%, a norte-americana Michelle Akers ocupa o primeiro lugar.

Apesar da hegemonia dos Estados Unidos, por 6 vezes, Marta foi eleita Jogadora do Ano pela FIFA. Decidido por votos dos técnicos das seleções, capitães e jornalistas, o prêmio atribui pontos com base na classificação das favoritas. 

AnoJogadora e paísParticipação de pontos no Top 3 anual



2006
Marta (Brasil) 38.07%
Kristine Lilly (EUA)31.08%
Renate Lingor (Alemanha) 24.45%



2007
Marta (Brasil) 57.92%
Birgit Prinz (Alemanha)29.72%
Cristiane (Brasil) 8.80%



2008
Marta (Brasil) 64.49%
Birgit Prinz (Alemanha) 21.10%
Cristiane (Brasil) 17.71%



2009
Marta (Brasil) 56.56%
Birgit Prinz (Alemanha) 19.69%
Kelly Smith (Inglaterra) 17.12%



2010
Marta (Brasil)38.20%
Birgit Prinz (Alemanha)15.18%
Fatmire Bajramaj (Alemanha)9.96%



2018
Marta (Brasil)14.73%
Dzsenifer Marozsán (Alemanha)12.86%
Ada Hegerberg (Noruega)12.60%
Fonte: Registros de pontuação da FIFA

Portanto, ao longo desses 6 anos, a participação total de Marta nos pontos concedidos por todos os votos corresponde a esmagadores 269,97%. Para ilustrar o seu domínio nos anos em que ganhou o prêmio, em segundo lugar está Birgit Prinz, da Alemanha, com 85,69%.

melhores atletas femininas FIFA The Best

Na quinta posição, com 26,51%, Cristiane Rozeira, do Flamengo, aumentou a participação total do Brasil para 296,48%. O país é seguido pela Alemanha, com 139,79%, e pelos EUA, em terceiro, com 31,08%

Na análise das 13 vencedoras de todas as edições do prêmio, Marta ainda lidera o ranking com 21,43%, seguida por Birgit Prinz com cerca de metade da sua participação – 10,71%.

melhores atletas femininas FIFA The Best todas as edições

A partir da perspectiva do desempenho individual, é possível, portanto, estimar a participação total por país. No topo da lista está o Brasil, com 21,43%, seguido pelos EUA, com 21,42%.

A Alemanha ocupa o terceiro lugar, com 17,85%, seguida pela Espanha, com 14,28%. Japão, Holanda e Inglaterra dividem a quinta posição com 3,57% cada. 

Maiores artilheiras do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino de 2024 

Se analisarmos o Campeonato Feminino do ano passado (2024), veremos que Amanda Gutierrez, do Palmeiras, foi a artilheira mais prolífica da divisão, seguida por Victória Albuquerque, do Corinthians. 

  • Amanda Gutierres (Palmeiras): 15 gols.
  • Victória Albuquerque (Corinthians): 13 gols.
  • Cristiane Rozeira (Flamengo): 11 gols.
  • Ariel (São Paulo): 7 gols.
  • Duda Santos (Ferroviária): 7 gols.
  • Cássia (Grêmio): 7 gols.
  • Priscila (Internacional): 7 gols.
  • Jheniffer (Corinthians): 7 gols.

Talvez não seja uma coincidência que os três estados brasileiros onde estão sediados os principais clubes de futebol feminino do país – São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro – também estejam entre os cinco principais estados em número de apostadoras esportivas, de acordo com a ENV Media. São Paulo tem a maior parcela de apostadoras esportivas (10,26%), seguido pela Bahia (8,49%) e Rio de Janeiro (4,94%). Goiás vem em seguida, com 3,54%, enquanto o Rio Grande do Sul é o quinto, com 2,83%.

Para avaliar a popularidade local das 10 principais jogadoras de futebol, a participação relativa de seus seguidores no Instagram é mostrada abaixo:

Apesar de ocupar o terceiro lugar em número de gols na última edição do campeonato nacional, a veterana da Copa do Mundo da Fifa, Cristiane, é de longe a jogadora mais popular no Instagram, com 59,61% entre as 10 primeiras. Por outro lado, a artilheira Amanda Gutierres (15 gols), possui “apenas” 3,66% dos seguidores nesse ranking, o que pode ser atribuído a um estágio inicial de sua carreira.

Portanto, é natural concluir que, quanto mais uma jogadora veste a camisa da seleção brasileira, mais o público em geral se interessa por ela. 

No entanto, a diferença em relação ao futebol masculino permanece notável. Neymar Jr. possui 229 milhões de seguidores, em comparação com os 2,8 milhões de Marta. Da mesma forma, a seleção feminina possui 2,8 milhões de seguidores em comparação com os 17,6 milhões da seleção masculina. Em outras palavras, do total de seguidores da seleção brasileira de futebol no Instagram, as mulheres têm 13,73%, enquanto os homens têm 86,27%.

Calendário dos próximos torneios de futebol feminino

Os torneios de futebol feminino estão se tornando cada vez mais populares no Brasil e no exterior, apesar de tudo. O calendário completo de competições por ano se encontra abaixo: 

2025

  • Campeonatos estaduais brasileiros: Janeiro a março, Brasil.
  • Supercopa Brasileira de Futebol: Fevereiro, Brasil.
  • Campeonato Brasileiro de Futsal Série A: Março a dezembro, Brasil.
  • Copa do Brasil de Futebol Feminino: Maio a novembro de 2025, Brasil.
  • Liga dos Campeões Feminina da UEFA 2024/2025: Outubro de 2024 – maio de 2025, Portugal.
  • Eurocopa Feminina 2025: De 2 a 27 de julho, Suíça.
  • Copa América 2025: 12 de julho a 2 de agosto, Equador.

2026

  • Copa do Mundo de Clubes de Futebol Feminino da FIFA 

2027

  • Copa do Mundo de Futebol Feminino da FIFA – Brasil.

A ser anunciado: 

  • Copa Libertadores (CONMEBOL)
  • Copa do Mundo de Futsal Feminino: Novembro e dezembro, Filipinas.

Consequentemente, atestando o crescente interesse, a CBF não apenas trará de volta a Copa do Brasil de Futebol Feminino em 2025, mas dois novos torneios internacionais também acontecerão: a Copa do Mundo de Clubes de Futebol Feminino da FIFA e a Copa do Mundo de Futsal Feminino.

Considerações finais

Atualmente, a popularidade do futebol feminino no Brasil é inegável. Com 76% dos jovens brasileiros acompanhando o esporte e recordes de público em jogos importantes (veja a final de 2024 entre Corinthians e São Paulo), o movimento está ganhando maior reconhecimento

Como mostramos ao analisar as buscas no Google, tanto para o futebol feminino quanto para o masculino, os picos de interesse estão intimamente relacionados a eventos importantes, como a conquista da prata pelas mulheres brasileiras nas Olimpíadas de 2024. 

Nesse sentido, o retorno da Copa do Brasil de Futebol Feminino em 2025, juntamente com a nova Copa do Mundo de Clubes de Futebol Feminino da FIFA, proporcionará oportunidades para melhorar a visibilidade do futebol feminino no país e no exterior.

O fato de o futebol feminino não ter sido regulamentado no Brasil até 1983 explica muito sobre a diferença em relação ao futebol masculino. Quando comparado às conquistas e à visibilidade de seus colegas homens, o futebol feminino ainda luta contra desigualdades estruturais.

Por outro lado, avanços recentes anunciam mudanças promissoras, como a decisão da CBF de 2019 de que todo clube deve ter uma divisão feminina, bem como o Decreto nº 11.458 de 2023 (veja acima).

Da mesma forma, a importância crescente das transferências internacionais das mulheres brasileiras, atrás apenas dos EUA, indica a consolidação da reputação global das jogadoras do país. Esse fato é especialmente confirmado pelo aumento dos gastos com as transferências internacionais das jogadoras brasileiras.

Em última análise, apesar da persistente disparidade entre os gêneros no Brasil, o futebol feminino se mostra igualmente atraente e, aos poucos, está ocupando o seu lugar no cenário mundial.